segunda-feira, julho 16, 2007

La Science des Rêves



Após rever em DVD o último filme de Michel Gondry, “La Science des Rêves”, permaneço longe, muito longe de o reprovar como a maioria. É certo que a narrativa não apresenta a coesão e o impacto emocional de uma penada do sublime Charlie Kaufman, mas encontra-se tão enraizada nos propósitos do filme que se torna impossível (para mim) criticar o cineasta. O nível intimista é tão vigorosamente perceptível, que apesar de menor, a obra torna-se indispensável na sua filmografia. Tal como em “Eternal Sunshine of the Spotless Mind”, a relação condenada serve de propósito para examinar a natureza da memória e da vida criativa. Pleno de autocrítica e adejando entre inefáveis fileiras de desenfreada imaginação, Gondry expõe a turbulência de suas entranhas criativas, dividida entre momentos de encantadora inocência e instantes de implosão neurótica que lhe afastam qualquer possibilidade de fusão emocional duradoura.

6 Comments:

Blogger JHB said...

Este comentário foi removido pelo autor.

12:10 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Sinto algo similar em relação a este filme. Não o reprovo totalmente mas também não o abraço com a admiração estonteante que nutro pelo Eternal Sunshine... Essa inocência, essa confusão, são em vários momentos tocantes (e para isso muito contribui um Gael Garcia Bernal sublime) mas, no conjunto, pareceu-me que o Gondry se perdeu com os "brinquedos" (qual criança, de facto)... De qualquer forma, será preciso algo infinitas vezes pior para abalar a confiança neste senhor!

9:23 da tarde  
Blogger Maria del Sol said...

Depois do amor à primeria vista com "Eternal Sunshine of the Spotless Mind", este filme de Gondry passou para o topo da lista dos filmes "a ver" :)

12:50 da manhã  
Blogger Francisco Mendes said...

João: É uma viagem pelos trilhos desconcertantes de desejos não correspondidos. Dificuldades de expressão que provocam oscilações emocionais.

Helena: É um peculiar filme-confissão.

Maria: Não esperes pelo mesmo nível qualitativo, mas a imagética vertiginosa e os lampejos de doçura pueril encontram-se lá.

10:41 da manhã  
Blogger C. said...

Tenho cá em casa para ver, mas ainda não tive o mood certo. Agora ando mesmo Ghibli :)

3:17 da tarde  
Blogger Francisco Mendes said...

E andas muito bem. É um estado de espírito delicioso :)

3:29 da tarde  

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