quarta-feira, julho 18, 2007

Spike Lee vai à guerra


Spike Lee anunciou que planeia realizar um filme sobre a Segunda Guerra Mundial, evidenciando o papel de soldados afro-americanos no conflito. Lee disse: «Se observarmos a história de Hollywood, os soldados negros presentes na Segunda Guerra são completamente invisíveis. Isto é o verdadeiro paradoxo: negros que lutavam pela democracia mundial, em casa eram tratados como cidadãos de segunda». Longe de se acabrunhar perante um pouco de controvérsia, o brilhante cineasta também apontou algo a Clint Eastwood: «Há semanas, conheci um veterano negro que combateu em Iwo Jima, que me confessou o quão magoado estava por não ter encontrado um único afro-americano nos dois filmes de Eastwood (“Flags of Our Fathers” e “Letters from Iwo Jima”)». Esta picardia com Clint Eastwood já teve vários episódios. A sua primeira parceria com Denzel Washington, “Mo' Better Blues”, foi uma espécie de resposta ao filme “Bird” de Eastwood, que segundo Lee estereotipa o músico negro.

O projecto ainda não tem título, mas será focado na campanha italiana. Admiro grande parte da obra de Spike Lee. Aquela que demonstra o choque da comunidade negra passiva e satisfeita diante da boa convivência com os brancos, com a nova geração, que se quer impor como cultura, além de não se conformar com a discriminação velada. Além disso, considero “25th Hour” uma das obras máximas da última década. Autêntico Filme de Altar da Sétima Arte.

5 Comments:

Blogger Cataclismo Cerebral said...

Mais uma escolha certeira! Adoro o a filmografia do Spike Lee, em particular o Do The Right Thing, Summer of Sam, Girl 6 (sim, até este) e o 25th Hour (aquela cena do espelho...). É um autor controverso, mas com qualidades inegáveis!

Abraço!

4:43 da tarde  
Blogger Luís A. said...

de spike lee só pode vir aí coisa boa. e concordo contigo 25th hour é um grande filmes, assim como Summer of Sam e Do the Right Thing

4:47 da tarde  
Blogger Francisco Mendes said...

Cataclismo: Também considero este passo muito interessante.

Abraço!

Luís Alves: Absolutamente de acordo.

9:27 da manhã  
Blogger brain-mixer said...

Não gosto muito quando um realizador se centra demasiado num tema (neste caso, a questão racial). Mas Spike Lee conseguiu regularmente dar a volta a isso, dando-nos a conhecer recentemente "Inside man", "She hates me" e "25th hour". É digno de um realizador manter-se fiel a uma causa mas variar com qualidade de vez em quando ;)

1:33 da tarde  
Blogger Francisco Mendes said...

Não sou admirador de tudo o que fez, mas sempre que acerta na mouche, arrasa completamente.

8:24 da manhã  

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